As asociaçoes considera-as uma tendência instintiva da humanidade, em todos os sectores da vida e não uma característica dos criminosos. Elas obedecem, entre os malfeitores, a essa mesma inclinação geral do espírito humano e não as considera, entre eles, psicològicamente, um fermento de instintos brutais, uma
manifestação de atavismo ( 3 6 ) .
(36) Em breve nota, neste ponto. faremos algumas referências as associações de malfeitores mais notáveis existentes em Portugal no século passado e ao calão usado por criminosos portugueses. Pondo de lado a forma mais rudimentar de associações de malfeitores nos grandes centros populacionais que é o parasitismo que vive do vício, em regra ligado a pederastia e a prostituição e que sempre existiu sm Portugal, nota-se que algumas das mais célebres quadrilhas que existiram entre nós apareceram quase sempre rotdadas de fins políticos ou comerciais, para melhor fugirem à perseguição da lei. Foram associa~úesd este tipo a Sociedade dos Invistvcis de Vouzela e Oheira de Frades que, à sombra das actividades políticas, cometeu numerosos crimes de fogo posto e assassínio e a sociedade secreta dos Divodignos, formada em 1828, quase na totalidade .por estudantes da Universidade de Qimbra, que se tornou célebre pelos homicídios diversos cometidos nas pessoas dos ,professores da Universidade e outros indivíduos ' em 1891 foi descoberta em lisboa uma quadrilha de gatunos caireiras que se apresentava como uma espécie de associação de socorros mútuos perante a autoridade. E curiosa referir os moldes da organização: aos caixeiros filiados era aberta uma conta corrente onde se debitavam dinheiro, tabaco e outros géncros que Ihes eram fornecidos, e onde se creditavam, (por uma quotaiparte do valor, os artigos que íurtavam nos estabelecimentos onde (trabalhavam e que iam depositar no armdm da associaçáo. Acontecia até que, qiiando um dos caixeiros estava desempregado, a própria aswciação tratava de o sustentar e empxegar, havendo também cúmplices entre alguns comerciantes estabelecidos e .gaando de boa repmtação que recomendavam esse empregado. Quadriihas doutro tipo foram aquelas que actuaram nas montanhas; isolados por condições geo@iicas, e em regra dotados de robusta física, duma insondável coragem e duma altiva independência, houve entre nós salteadores quase lendários, misto de heróis e bandidos, wmo os bandoleiros da serra Morena e da Galábria. Nas guerras civis da península os partidos políticos cliegaram a fazer transacçúes com cstes guenilheiros e enviar aos seus chefes portarias de louvor. Os mais notáveis, entre nós, foram os de João Brandão, na Beira, e os de Galamba e do Baialha, no Nentejo. Outras quadrilhas célebres, entre n6s, com especialidades diversas, foram as de Diogo Alves, quc tinha uma hibil divisão de trabaLho, orsnizada em autentica hierarquia, com indicadores, homens de acção e encobridores, a de Josd do Telhado e, já no século XWII causava pânico a quadriiha de Pascoal Poir, enforcado em Lisboa, a de Araújo de Lacerdn e de Chnçalo Soma, cnforcado igualmte com baraço e pregão, e a de José Nicós que foi uma sociedade de falsários com ramificações em Espanha.
(Em maior desenvolvimento - Os Assnssinos da Beira, vol. I, Joaquim M. de Carvalho; Crimes de Diogo Alves, de Leite de Bastos,
http://www.fd.unl.pt/Anexos/Investigacao/2102.pdf
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