miércoles, 29 de diciembre de 2010

CIGANA CAPOEIRA

Ao entardecer : (contos varios). Taunay, Alfredo d'Escragnolle Taunay, Visconde de, 1843-1899

CIGANINHA, pag 47
Tinha a mão leve como tudo e dava bofetadas de estalar aos que lhe beliscassem os quadris e as pernas, ainda bem finas. Musculosa e ligeira, passava então taes rasteiras, que os gaiatos e pelintrotes iam aó chão com grandes batecús e lá ficavam chiando de dór, no meio das estrepitosas vaias do rapazio. Não falassem mal da mãe, não se atrevessem a agarral-a de certo modo, ou não lhe fizessem propostas equívocas, era incontinenti uma surriada de nomes feios e cabelludos, capaz de pôr tonto qualquer soldado tarimbeiro. E por cima, muitas caretas e ademanes violentos de desafio e ameaça, com enérgicos bamboleios de capoeiragem. Sempre mal ajorcada, esfarrapada, as faces meio sujas, as unhas caireladas, cabellos desgrenhados, rebeldes, todos em caracóes e calamistrados, verdadeira gaforina, fincava neles uma flor vermelha, algum mimo de Venus, e passeava serena o orgulho da sua raça, quando não dava cabriolas caprinas ou fazia mil maluquices, na expansão dos inesperados ímpetos.

NOTA DEL PESQUISADOR: Taunay fué alumno del bachiller Gonçalves practicante de Capoeira y profesor del Colégio Pedro II que murió en las vacaciónes de 1857-58.
Memórias‎ - Página 156 Quem dirigia o tal hotel era um francês chamado Planel, antigo soldado zuavo e dono do estabelecimento, cuja ordem e disciplina se ...
Memórias‎ - Página 78 de Alfredo d'Escragnolle Taunay Taunay (Visconde de), Alfredo D'Escragnolle T Taunay, VIS, Sérgio Luiz Rodrigues Medeiros - 2005 - 588 páginas
NAS FÉRIAS de 1857 a 1858 morrera o bacharel Gonçalves de tísica ... Em todo o caso, se o bacharel Gonçalves pouco valia, soube granjear dos alunos memória ...
Festas e tradicoes populares do brasil‎ - Página 202de melo morais filho
Muitos dos comandantes de corpos e grande parte da oficialidade entendiam ... nosso lente de francês o bacharel Gonçalves, bom professor e melhor capoeira

1869- Capangos Brasileiros,

Die brasilianische Provinz Minas Geraes:

Originalkarte nach den offiziellen Aufnahmen des Civil-Ingenieurs H. G. F. Halfeld, 1836-1855, unter Benutzung älterer Vermessungen und Karten ,Friedrich Wagner, Johann Jakob von Tschudi
Perthes, 1865 - 42 páginas
(pag 26) Traducido por el pesquisador:
El Presidente Francisco Diogo Pereira de Vasconcellos ha señalado acertadamente al condado de Minas (1856): "No uno, sino una serie de causas se unen para alentar entre nosotros a los criminales multiplicandose, y sólo si, a través de la legislación, que se adapte mejor a nuestras relaciones,…………. podemos lograr grandes resultados que nuestras instituciones tengan en cuenta en nuestro nuevo país para seguir la senda de la civilización, sin duda. "

En pocas palabras "las causas de asesinatos frecuentes. En primer lugar son la venganza como consecuencia de los desacuerdos políticos, de los conflictos fronterizos y la herencia, el amor o los juegos. Con frecuencia, los asesinatos de agentes de policía (Delegados y subdelegados) por individuos conocidos y de las plantantaciones por sus esclavos. Asesinatos y robos son relativamente raros. La mayoría de estos asesinatos son premeditados y de una manera cobarde ,cometidos por armas de fuego por la espalda, muchos, por sicarios (Capangos) y un número sorprendentemente grande acompañados de atrocidades horribles.
http://books.google.com/books?id=UrNBAAAAcAAJ&dq=capango&lr=&hl=es&source=gbs_navlinks_s

martes, 28 de diciembre de 2010

1680- LUSITANIA -Capoeira denominada a una Fortificación Militar,

- Luís Serrão Pimentel,na impressaõ de Antonio Craesbeeck de Mello, 1680 - 666 páginas

(pág 186) Das Capoeiras, & Cofres.
AS Capoeiras,&Cofres fao obras defensivas quasi da mefma efpecie q as Falfasbragas, com esta differenca que aquellas ficao enterradas no plano do Foffo com quasi todo feu vao; estas fobre elle. .......................Tensini faz estas Capoeiras no meyo do Foffo como mostra a letra A enterradas em feu plano subindo so dous pes por cima delle, os quaes ficao por Parapeito com fuas torneiras; indo do feu alto declinando a terra insensivelmente pella largura do Foffo femelhantemente como o Arcen da Estrada encuberta de que trattamos no fim do Cap.27.
(pág 668) Capoeiras que coufa fejao 185.
Capoeiras em que lugares, & com que medidas 180.
Capoeiras no Fosso melhores que a Falsabraga 186. permittidas nos angulos da Contrasarpa 188.

- OTRAs FUENTEs:
1)Gerardi Mercatoris Atlas sive Cosmographicae meditationes de fabrica mundi et fabricati figura. Denuò auctus,Gerardus Mercator , sumptibus & typis aeneis Henrici Hondij, 1758 - 85 páginas
Capoeira, termo de fortificaçao. Les soldats tiroient par les caponniéres , Os soliados atiravaö das capoeiras.(pag 128)
2)Hieronymi Cardosi Dictionariu[m] Latino-Lusitanicum, et ... - Página 46
Jerónimo Cardoso, Domingos Carneiro ((Lisboa)) - 1694 - 508 páginas
... Cohortalis & le. cousa de força , ou capoeira. 3)-De ruyn vid, ruyn sarmiento. N. m.; Vide rabo de puerco. Ms. Salamanca:
—ruin uid, ruin—
H. núñez, 1861: De ruyn cepa, nunca buen sarmiento.
El hijo de un pretoriano, que fue culpable en la guardia pretoriana, no puede acceder a ningún otro cargo, ya que se conjetura que es de la condición del padre (3).
(3) decohartali., ley si cohortalis, liº XIIº.

1866-NEOBELINGO- LUTA DE NEGROS AO SON DE INSTRUMENTOS

Diccionario español-portugués: el primero que se ha publicado con las voces, frases, refranes y lucuciones [!] usadas en España y Americas españolas, en el lenguaje comun antiguo y moderno; las ciencias y artes de medicina, veterinaria, quimica, mineralojia, historia natural y botanica, comercio y nautica, con algunos nombres propios, y asi las voces particulares de las provincias españolas y americanas, etc.; compuesto sobre los mejores diccionarios de las dos naciones .Manuel do Canto e Castro Mascarenhas Valdez. Imprenta nacional, 1866
NEOBERINGO. m. Neoberingo; especie de luta que os negros executam ao som de alguns instrumentos.(PAG 182)


OTRA FUENTE: Gran Sopena : diccionario ilustrado de la lengua española: Volumen 2,Alonso Zamora Vicente - 1982 - 987 páginas
NEOBERINGO. m. Especie de lucha que los negros ejecutan al compás de sus cánticos o músicas. ...
Negro y tambor:



Rubén Carámbula - 1952 - 234 páginas

Danza brasileña de procedencia bantú. Tipo de lucha brutal a puñetazos, puntapiés y cabezazos. Nombre que se le da al luchador. Posiblemente, los negros procedentes de Brasil, la trajeron al Uruguay y derivó en "La Buena", una danza en ...



Enciclopédia brasileira da diáspora africana - Página 143


Nei Lopes - 2004 - 715 páginas


BUENA, La. Dança afro-uruguaia em que os bailarinos executam, ao som de tambores, movimentos de luta, ...

lunes, 27 de diciembre de 2010

1869- Capangos Brasileiros

Une épopée au Brésil ,Ruelle-Pomponne (M.), Librairie internationale, A. Lacroix, Verboeckhoven, 1869 - 406 páginas

UNE ÉPOPÉE AU BRÉSIL. 201

Au bout d'une demi-heure de marche, Elleur arriva à une venda qu'il connaissait; avant d'entrer il examina les abords: la maison était isolée, on n'entendait aucun bruit; du reste sans être comme Vernet d'une force rare, Elleur était robuste et deux hommes de force ordinaire ne l'effrayaient pas trop, surtout au Brésil où la race humaine est en général assez dégénérée.
Il faut dire aussi à l'avantage du Brésilien que sauf le cas de boisson chez les noirs et mulâtres, il est assez pacifique et point querelleur; les blancs ou ceux qui se disent tels sont sobres et ne se risquent guère à chercher dispute à personne, autrement que de bouche. Un coup de poing ou un soufflet est chose rare au Brésil. L'individu qui croit avoir sérieusement à se venger, fait assassiner moyennant finance par quelques capangos. Pour le duel, c'est une chose inconnue.
http://books.google.es/books?id=hlcuAAAAYAAJ&dq=quilombolas+capoeiras&source=gbs_navlinks_s

viernes, 24 de diciembre de 2010

1680- LUSITANIA -Capoeira denominada a una Fortificación Militar

Nota del pesquisador: En esta época , lo que parael militar Portugués era una Fortificación (Capoeira) para los Reinos Africanos el Ngolo era una Fortificación.

Methodo lusitanico de desenhar as fortificaçoens das praças regulares, [et] irregulares, fortes de campanha, e outras obras pertencentes a architectura militar distribuido em duas partes operativa, e qualificativa ...

Luís Serrão Pimentel,na impressaõ de Antonio Craesbeeck de Mello, 1680 - 666 páginas

(pág 186) Das Capoeiras, & Cofres.


AS Capoeiras,&Cofres fao obras defensivas quasi da mefma efpecie q as Falfasbragas, com esta differenca que aquellas ficao enterradas no plano do Foffo com quasi todo feu vao; estas fobre elle. .......................Tensini faz estas Capoeiras no meyo do Foffo como mostra a letra A enterradas em feu plano subindo so dous pes por cima delle, os quaes ficao por Parapeito com fuas torneiras; indo do feu alto declinando a terra insensivelmente pella largura do Foffo femelhantemente como o Arcen da Estrada encuberta de que trattamos no fim do Cap.27.

(pág 668) Capoeiras que coufa fejao 185.
Capoeiras em que lugares, & com que medidas 180.
Capoeiras no Fosso melhores que a Falsabraga 186. permittidas nos angulos da Contrasarpa 188.
OTRA FUENTE: Gerardi Mercatoris Atlas sive Cosmographicae meditationes de fabrica mundi et fabricati figura. Denuò auctus,Gerardus Mercator , sumptibus & typis aeneis Henrici Hondij, 1758 - 85 páginas
Capoeira, termo de fortificaçao. Les soldats tiroient par les caponniéres , Os soliados atiravaö das capoeiras.(pag 128)
Otra fuente:

1864-PARIS-Se habla sobre la Capoeira como danza de combate

JOURNAL DU DIMANCHE, LITTÉRATURE — HISTOIRE — VOYAGES — MUSIQUE
5 centime nº 737 20 Novembre 1864 ,Paris 6
LE BRÉSIL TEL QU'IL EST
PAR CHARLES EXPILLT.
SUITE.(PAG 71)

Il faut les voir lorsque paraît un étranger '. Tout en grignotant leurs sucreries suspectes, elles l'appellent avec des intonations caressantes; elles lui sourient gracieusement, en lui offrant leurs fruits parfumés. D'aucunes entreprennent, à son intention, une danse indolente ou fougueuse — cachucha africaine — qui tient soit de la capoeira, danse du combat, soit de la batuca, danse amoureuse. Pittoresque et provocante, cette danse a son cachet, tout comme le menuet et la polka. Les brusques écarts, les mouvements hasardés des fringantes habitudes du ChâteauRouge et de Manille, ne présentent qu'une pâle imitation de l'exercice auquel se livrent les négresses en face de la double rangée d'arcades de la Carioca.

Est-ce que, d'aventure, le cancan, de qui Paris réclame si énergiquement la paternité, ne serait pas né dans ses murs? Les biographes de l'enfant du carnaval — je ne parle pas de PigaultLebrun — nous auraient-ils trompés, lorsqu'ils prétendent que son berceau a élé découvert, par une troupe de débardeurs et de pierrettes dans le salon rouge de feu les Vendanges de Bourgogne, entre une volaille truffée et une triple ligne de bouteilles de Champagne? Eh quoi I il se pourrait que ses parrains ne fussent pas l'illustre Chicart et la non moins célèbre Diamanlino qui lit fureur après 1830, aux bals historiques des Variétés, sous le nom de la Bayadère de Paphos? Cette danse de caractère aurail-elle enlin l'Afrique pour patrie et serait-elle venue au monde, en effet, entre les rugissements des tigres et les hurlements des hordes faisant la chaîne autour du prisonnier qu'elles vont immoler?
http://books.google.com/books?id=zukaAAAAYAAJ&dq=negres+capoeiras&hl=es&source=gbs_navlinks_s

jueves, 9 de diciembre de 2010

1935- Descripción de Lucta physica- capoeira

O selvagem, Couto de Magalhães
Companhia editoral nacional, 1935 - 611 páginas
... quando o padre Joseph de Anchieta as adoptou e introduziu nas festas religiosas. Lucta physica, capoeira — O europeu lucta com a espada, florete ou pau. O brasileiro lucta com a faca, e com a agilidade do corpo, tendo neste caso, por única arma, a cabeça e os pés, arma terrível para um bom capoeira; este modo de lutar é ................

Primer Trabajo: Trabalho preparatorio para aproveitamento do selvagem e do solo por elle occupado no Brazil: O selvagem I. Curso da lingua geral segundo Ollendorf, comprehendendo o texto original de lendas tupìs. II. Origens, costumes, região selvagem, methodo e empregar para amansal-os por intermedio das colonias militares e do interprete militar. Couto de Magalhães
Typ. da Reforma, 1876 - 481 páginas

miércoles, 8 de diciembre de 2010

1697- PALMARES- Negros de Palmares enviados a Portugal

CAPITULO 40

DAS GUERRAS DO PALMAR
21. A rústica, e rebelde Republica do Palmar teve principio no anno de mil, e seis centos e trinta e hum, tempo em que o Olandez havia conquistado estas Provincias. Os seus primeiros fundadores forão quarenta negros do Gentio de Guine, que ou levados do natural e comum dezejo da liberdade, ou apertados do rigor do captiveiro fugirão a seos senhores, levando comsigo suas mulheres, e concubinas, armas munições, e ferramentas.
22. Muito tempo viverão incógnitos, e sem mais perjuizo que a perda, que causarão a seos senhores com a sua fugida, mas fazendo-se notório por todas as partes este receptáculo de foragidos, o hião buscar outros muitos negros, e mulatos, assim captivos, como libertos, fugindo huns aos castigos de seos amos, outros aos da Justiça, que havião merecido por seos delictos.
Augmentavá o numero de seos habitadores muitos que nas sortidas, que fazião, e asaltos que davão, captivavão, e por este modo em poucos annos contarão mais de trinta mil negros divididos em varias povoaçoens, ...................captivavão innumeraveis escravos, o que sempre fazião a seu salvo, com notável estrago, e perjuizo das fazendas. ...............................................................................................................
23. ...............O segundo, que vindo infinitos arreigados em seos ritos, seytas, e mãos custumes, cuidando pouco seos senhores em doutrinallos, e afeiçoallos aos perceytos divinos, continuão suas abominações, pervertem os outros, e lhes introduzem seos erros.
O terceiro, que se enchem as Republicas desta negra provisão com perigos de alvorotos, e rebeliões, e assim como a quantidade moderada se pode tratar sem estes escrúpulos, e com notáveis utilidades comuns a escravos, e senhores, o excesso he muy occasionado a qualquer desconcerto. Não porque se deva temer que os escravos se levantem com a Republica /que em corações viz, não cabem pençamentos reaes/ senão porque o amor da liberdade, he natural, e a troco de conseguilla, se podem ajuntar a debelalla, como com effeito fizeráo esses negros do Palmar.
24. Os Escravos dos Setios tomando as armas contra seos senhores, bastou para os sugeitar, que sahissem a elles cada hum com hum açoute na mão, para que vendo-os os Escravos lhe cahissem os braços e as armas, e impelidos do animo cervil se derão logo a partido, e contentes de haverem conseguido o perdão do castigo, seguio cada hum seo senhor, desfazendo-se em hum instante a cervil rebelião. De outro modo succedeo com os negros do Palmar. ................25. Como o fundamento, conservação, e augmento das Republicas consiste nas leys, e Justiça, formarão a sua Republica ao seu modo bem ordenada. O seu Principe com o nome de Zombi /que no seu idioma quer dizer Diabo/ era feito por eleição, e por toda vida, tinháo acesso a ella os negros, mulatos, e mystiços de mais recto procedimento, de maior valor, e esperiencia. Tinhão outros Magistrados de Justiça, e milicia. Castigavão com pena de morte o homicídio, o adultério, e o roubo. Os Escravos, que por sua vontade os buscavão, recebiáo com agrado, e ficavão livres ; os que tomavâo por força fica» vão captivos, e podião ser vendidos ; se estes intentavão fugir lhes, erão castigados com moderação, e aquelles com pena capital. Conservavão o rito catholico, que entre nos profeçarâo, mas a falta dos sacramentos, e Ministros da Igreja, que elles não buscavão pela sua rebelião, e pela liberdade dos custumes, em que vivião, lhes havia introduzido ridículas superstiçoens, e erros, culpa mais da sua ignorância, que dá sua maldade.
26. Muito padecião os moradores com os seos continuos assaltos.  .................. Encarecido o numero da gente, os valerosos guerreiros com que se achavão, a destreza, com que sabião jugar todas as armas, a fortíssima muralha da sua circunvalação, a abundância dos mantimentos, que colhião, com o que podião resistir ao mais largo assedio, e frustrar o impulso das nossas armas; Quase perdida a esperança de os expugnar, o que só obravão os Governadores, era impor penas aos moradores que os communicassem, e pôr em certos sitios algúas instancias com gente que lhes impedisse o transito para nossas povoaçoens; ...................................... E como esta vão sempre a mira no que obrávamos, para ou se recatarem, ou adiantarem suas crueldades, nos tinhão causado concideraveis perjuizos, passando ja a asombrar o temor ate onde não chegavão as suas armas.
27. Passou o atrevimento dos negros a crescer avultado de sorte, que já o temor tinha despovoado de todo aquelles sitios, que ficavão mais vezinhos a suas instancias, e alguns moradores para se conservarem em suas cazas, e fazendas se vião obrigados, a ter com elles secreta confederação, dando lhes armas, pólvora, balas, e roupas, sem attenção as gravíssimas penas, em que encorrião, e com que alguns forãm punidos. Em virtude do trato occulto ficavão seguras suas cazas, e escravos.
28. A calamidade, que padecia Pernambuco com esta oppressáo do Palmar, vião, e não podião remediar os Governadores. ...................................... O Governador Caetano de Mello, e Castro, ouvidas as queixas dos moradores, tendo por maior injuria sofrer desprezos de negros levantados, do que empenhar-se, em huma empreza tão arriscada, escreveo ao Governador, e Capitão Geral D. João de Lancastro, dando-lhe conta da sua determinação, e pedindo-lhe ordenasse ao Mestre de campo Domingos Jorge, natural da cidade de S. Paulo, que com o seu Terço, que residia no certão do Piancho, marchasse para o Porto Calvo, onde se havia ajuntar com o Exercito da gente de Olinda, e Reciffe. Approvou D. João de Alencastro a resolução, e ordenou ao Mestre de campo Paulista que com a maior brevidade caminhasse a se encorporar com a nossa gente. E como os Paulistas são homens, que fáceis seguem a guerra pela honrra da victoria despresando o enteresse dos despojos, caminharão apressados a esta empreza, em que nos forão iguaes no trabalho, na gloria companheiros.
29. Do lugar da sua estancia forão atravessando com hum corpo de mil homens o Urubâ, e querendo de caminho, dar vista aos Palmares para examinar as forças do Inimigo, arribarão aos Garanhús defronte da Fortificação. Depois de discorrerem, crusadas todas as estradas, que cortavão a campanha, que acharão tão fértil, e amena, como salutifera, pela pureza dos ares, aguas e batimentos; descobrirão troncos de desmedida grandeza e copia de madeyras de preço, ..............., sahio da Fortificação dos negros, hum grande esquadrão delles, e acometterão aos Paulistas com estranho furor e raiva. Os Paulistas ainda que descuidados no perigo como erão no valor soldados, na resolução promptos, sem perderem acordo no repente tomadas as armas se opposerão aquella multidão tumultuaria ; travou-se húa renhida batalha, em que morrerão de ambas as partes mais de quatrocentas pessoas, ficando feridas outras tantas, e seria maior o estrago dos Paulistas se reconhecendo desigual o seu partido, se não forão com valor, e disciplina retirando para o Porto Calvo, onde acharão o exercito, que o Governador tinha enviado aquella villa.
30. Constava de três mil homens de Olinda, e Recife, mil e quinhentos das villas das Alagoas, e Penedo de baixo da conducta do Sargento mor Sebastião Dias ; as ordenanças, e pessoas principaes do Porto Calvo, conduzidos pelo Alcayde mor Christovão Lins de Vasconcellos, o Capitão mor Rodrigo de Barros Pimentel, o Coronel da Nobreza Christovão da Rocha Barbosa, e com outras muitas pessoas principaes, que voluntariamente quizerão ir naquella expedição, chegou o exercito a seis mil homens. De todo Exercito era Cabo com o posto de Capitão mor Bernardo Vieira de Mello, natural de Pernambuco, que do seu Engenho das Pindobas condusindo muita gente armada se viera ofrerecer ao Governador para aquella conquista. Era homem nobre valeroso, e esperimentado na guerra dos negros, que em algúas occasioens havia reprimido o seu orgulho, e castigado as suas insolências.
31. Postos os nossos em armas marcharão formados em demanda do Palmar, para onde caminharão fiados mais no valor, que no poder, ajuizando que os negros medirião nossas forças, pelo nosso atrevimento. Seguião a jornada com batedores diante, que descoberta a marcha descobrião as estradas, por fazellas suspeitosas os espessos arvoredos, eseguravão os passos das emboscadas, artificio Marcial, em que estribava a maior parte da disciplina daquelles negros. ........................... Com a primeira noticia, que ti verão da nossa expedição tinhão abandonado os Mocambos /este nome dão as suas Aldeãs/ e recolhido dentro da circunvalação da sua muralha a maior parte da sua gente, para que unido o seu poder, podessem triunfar do nosso, estando elles na posse de não serem na sua fortificação acomettidos.
32. Chegou o nosso Exercito ao Palmar /nome que se lhe deo pelas muitas Palmeiras, que lhes plantarão os negros/ e virão que comprehendia mais de húa legoa em circuito esta sua principal Povoação cuja muralha era húa estacada de duas ordens de páos altos, lavrados em quatro faces. ............. Por varias partes daquella circunferência havia baluartes da própria fabrica, e fortaleza, O Paço do seu Zombi, era toscamente sumptuoso, as cazas dos particulares ao seu modo magnificas, e recolhião mais de vinte mil pessoas de ambos os sexos. Usavão de armas de todos os géneros, assim de fogo, como de espadas, alfanges, frechas, dardos, e outras arrojadiças. ..................Outras povoaçoens mais pequenas estavâo extendidas pelas dilatadas terras de seu domínio, em que assestião muitos cazaes, defendidos dos seos mais fieis, e veteranos soldados.
33. O Capitão mor, que dezejava de húa vez acabar aquella guerra vendo que a fortuna lhe tinha juntos os inimigos mais esforçados, e que a mesma facilidade, que os unia, os podia separar, resolveo atacallos dentro em seos mesmos alojamentos........................... começou fortemente por hum ataque geral, que no mesmo tempo se fez por todas as partes. Arrimadas as escadas /que levaváo prevenidas/ a muralha derão hum destemido assalto com a espada na mão, mas como o numero dos inimigos que se defendiâo com desesperação era grande, e refrescado continuamente, depois de hum porfiado combate forão os assaltantes rechaçados em todas as partes, e obrigados a retirasse com algua perda, que lhes causarão as armas de fogo, frechas, aguas fervendo, e brazas acezas, lançadas pela estacada.
34. Continuarão os assaltos com maior vigor, resolução, e fereza, e os sitiados não perdião o animo, ......... O seu Príncipe Zumbi com os mais esforçados guerreiros querendo obviar o ficarem captivos da nossa gente, correrão a toda preça a tomar a eminência, que havia na circunvalação, cuja valentia ainda que misturada de hum furor brutal, mostrou a todo nosso Exercito hum espectáculo, que não pode deichar de se ouvir com espanto pois sobidos ao mais elevado cume, com desesperado valor se despenharão, mostrando não amar a vida na escravidão, nem querer perdella aos nossos golpes. Os nossos ainda que ja cançados do trabalho se avançarão a encontrar hum esquadrão dos inimigos, que nos acomettia desesperado, aonde o estrago igualou ao valor, com que nos esperarão firmes, sustentando por largo espasso a peleja com esforço, ou natural, ou adquerido nos affectos do ódio, ou no receyo do castigo ..................Destruído este corpo todos os mais correrão em hua desordenada confusão pelas ruas a ganhar as suas cazas, levando sempre pelas costas aos victoriosos, que cortando, e matando tudo, o que encontraváo, fizerão hum grande estrago. Todos os que ficarão vivos vendo que a resistência era inútil, o fugir impossível, resolverão entregar-se. Com hum grande numero de mulheres, e crianças em prantos inconçolaveis, e clamores excessivos se renderão, implorando humildes a clemência dos vencedores.
35. Senhoreada inteiramente a Povoação acharão nella os nossos, muitos arcos, e aljavas guarnecidos de setas, muitas armas de fogo tratadas com grande asseyo, e outros instrumentos Marciaes. Destruído o inimigo com tão pezado golpe voltarão os nossos mais carregados de honra que de despojos. Chegados ao Reciffe forão recebidos do Governador com demonstraçoens de agrado não vulgar; do Povo levados como em triunfo, aplauso que huns celebrarão como intereçados na vingança, outros pelo credito das nossas armas, e todos pelas conveniências da paz. Com húa procissão solemne de acção de graças, se derão a Deos as graças como a Senhor dos Exércitos e das victorias.
36. Forão trazidos para o Reciffe os negros onde entrarão a reprezentar na sua desgraça o nosso triunfo. Todos os que erão capazes de fugir, ou dé se rebellar os transportarão para as outras Províncias do Brazil, e alguns se remeterão a Portugal. As mulheres, e crianças, em quem não cabia a suspeita, ficarão em Pernambuco, chegando a todos o merecido castigo da sua rebellião, passando de hua vida liberta, a arrastrar nas misérias de captivos, as cadeas de escravo.
37. Este fim tão útil, como glorioso teve a guerra, que fizemos aos negros do Palmar. ....... Deveo-se agora ao zelo, com que Caetano de Mello de Castro, governava estas Províncias, ficarem em paz muitas legoas daquelle certão, que os negros occupavâo. .............. Por este, e outros relevantes procedimentos, sahio deste e de outros governos com tantos créditos, que lhe grangearáo o superior lugar de Vice Rey da índia.
FUENTE:
Annaes da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro (1876), Author: Biblioteca Nacional (Brazil), Subject: Biblioteca Nacional (Brazil); Manuscripts, Publisher: Rio de Janeiro : Tip. G. Leuzinger & Filhos, Possible copyright status: NOT_IN_COPYRIGHT, Language: Portuguese, Digitizing sponsor: Google, Book from the collections of: University of Michigan, Collection: americana

domingo, 5 de diciembre de 2010

1748- El arte de PERNEAR

Governo do mundo em seco, palavras embrulhadas em papeis: ou, Escritorio da razam, exposto no progresso de hum dialogo, em que saõ interlocutores hum letrado, o seu escrevente, e as mais pessoas que se propuzera, Manuel José de PaivaLetrado. Ouvi dizer, que o dançar fe introduzio com arte, para que até o parecer beíla fe aprende nefte mundo: que mandaó as fuas regras fe mova milagrofamente o corpo com ar, (como que he fomente ifto permittido agente como a toma do alemo que as perhas fe hao de dancar com graça , para o que prepara os homens como aos cavallos, que lancaó os pes com galantaria: que hade agente dar muitos paísos y fem fahir de hum lugar, a modo de muía de atafona que ha de variar, de forma que ñas raudanças dos pés, ora pareça cabra, que faltando faz as fuas cabriollas , ora caranguejo, que andando para traz faz a fuá paílagem, em fim, que nao hao de andar como anda a mais gente, queî he o que bafta, para aprender a nao anda , como agente quem aprende a dançar......................
F.L. Ameno, 1748 - 309 páginas





Dama: pareceolhes efta dança coufa de brutos como briga de gallos, que ora recuaö , era inveftem, até que de eftimulados bufcaó о poleiro por alivio; e poriflo mandaraó vir de fora a que agora coftumaó , com que por linha tranfverfal he a Dama bufcada do Galan, como por huns roderos de "fore ut" , que Ihe fazem andar com a cabeça á roda , até que fe ajuíhó as pa..........................

Letrado. Ainda affiin, efla dança dos minuetes fempre he muito perigofa; porque fehumapefloa. nao vay por leus paffos contados, e lhe efcapa - hum pé,arrifca-fe acahir num erro, e fe ancla oomo manda a regra , em muitos. Eu vi os días passados, em certa cafa , dançar hum eftranjero que fó por hum pullo que deu , levou mais vi...vas, e mais abraços dos ............. , do que , levou ainda nenhum Géneral por confeguir huma vitoria de conisideracaö í preguntando eu a hum-fujeito , que eftava ao pé de mim, que acaó tinha obrado aquelle varaó infigne, que aflim lhe chamavaó, para merecer tamanho applaufo? me diu elle , que fizera huma cabriolla .................

Soldado. Hide contar iflto aos que gaftaô muito boas moedas neife eftudo. Mais de hum anno fey quem andou aprendendo a lançar os bracos com ar....................

Soldado. Em a mioha mocidade tive efta tentaçao, .............depois deja meter fuccedido, por huma cabriolla que fiz, cahirme de huma parteleira huma figura de pedra na cabeça, de que levey tres pontos; .....................

Letrado. Amigo, tratemos de por cobro nifto, porque os dançantes pareceme que nos bailaó; e fe for produzindo muito efta raça, temo que qualquer, por mais leve que feja, fará o cafo mais pezado , entrando por noflas cafas, pé ante pé, e faltando-nos ñas ancas; porque efta picarla enfina a montar embeftas humanas; ecüidaó elles que toda a peffoa , á vifta de fuas habilidades , eftá como befta , pela inveja que teui de dar tao bons coùces. ..........................

Soldado. Pois ponhamos huma ley no nóflo governo , para quedaquiem diante, quem quizer aprender a pernear, vá ao Carrafeo que o enfine, poique o faz mais barato ^e efíes eftrangeiros, que trouxeraó o ar pefiifero, que deu nas pernas dos nonos nacionaes, aprendaó as mefmas cabriollas.............
http://books.google.com/books?id=BiEBAAAAMAAJ&hl=es&source=gbs_navlinks_s

viernes, 3 de diciembre de 2010

1668-KONGO- De Pernambuco Michelangelo Guattini envía simientes

A natureza africana na obra de Giovanni António Cavazzi


- Um discurso sobre o homem, Carlos Almeida, Instituto de Investigação Científica Tropical.
É conhecido, no caso da região em apreço, o exemplo de Michelangelo Guattini, um missionário capuchinho que chegou ao Kongo em 1668, e que manteve relações com o botânico bolonhês Giacomo Zanoni. No decurso da sua viagem para o Kongo, Guattini enviou de Pernambuco, no Brasil, um baú que, entre várias “curiosità”, continha amostras da flora americana escolhidas com a preocupação de incluir “solo quali mi ha parso non aver mai veduto in Italia”, e dirigidas a Zanoni. Com estes e outros fornecimentos de plantas e sementes provenientes de África e também do Oriente, o botânico bolonhês estaria, à época, a preparar o seu segundo livro, tarefa para a qual Guattini lhe endereçou, na mesma ocasião, os melhores auspícios4. Todavia, entre todas as obras produzidas pelos missionários capuchinhos sobre a missão no reino do Kongo, avulta, sem dúvida, a Istorica descrizione de’ tre’ Regni Congo, Matamba, et Angola..., da autoria de Giovanni Antonio Cavazzi da Montecuccolo (gravura), editada, pela primeira vez, em Bolonha, em 1687 5. A sua rápida difusão, as edições subsequentes e a sua tradução para outras línguas, são testemunho, não apenas da receptividade da obra, mas sobretudo, da perenidade do conhecimento nela reunido 6.
http://cvc.instituto-camoes.pt/eaar/coloquio/comunicacoes/carlos_almeide.pdf