miércoles, 19 de enero de 2011

Fadistagem Lisboeta

Nota del pesquisador: Joao Moreira , primer capoeira conocido ,pudiera practicar el FADISTAGEM?
(PAG 53- 54) Se já então pudesse dispor do vocábulo— fadistão, com certeza o haveria atrambolhado ao padre José Agostinho, que alguma coisa teve de isso, em verdade; Casos ba em que os fadistas provêem de pais honestos, de famílias decentes e remediadas, e até, facto que jã foi mais vulgar do que hoje, — porque as raças nobres tendem aextinguir-se,— lem havido fadistas descendentes dejamilias illustres.
Estes, eram jovens fidalgos que viviam com picadores e cocheiros, toureiros, arruaceiros e espadachins.
D. Affonso VI, quando infante, e D. Francisco, irmão de D. Joio V, viveram com a ralé que hoje se chama fadistagem. D. Miguel de Bragança foi creado no mesmo teor de vida; mas depois, no exílio, regenerou-se completamente. Outros fidalgos houve, porém, que menos felizes chegaram até á facada, ao homicídio, e tiveram de ir cumprir no ultramar uma pena infamante. Para ser fadista é necessário um longo tirocínio:
aprender a tocar guitarra e cantar o Fado, a fazer escovinhas-, riscar, a esconder a navalha na manga da jaleca, a puxar as melenas, a enfiar as calças esticadas, « a fallar o calão. .............Palmeirim nota cora razão: “O fadista, feito soldado, deixa de ser homem, é um autómato! Os artigos da guerra arrefecem Ibe a inspiração, entibiam lhe o enthusiasmo pela poesia, sua irmã de infortúnio”.Mas isso não acontece sempre, não é regra geral, porque muitas vezes o iniciado na fadistagem, depois de ter sentado praça no exercito ou na armada, conserva os seus amores nos bordeis, frequenta os bairros e botequins suspeitos, arma desordens com a policia e com os soldados da guarda municipal, e chega o ser um heroe da Mouraria.
Fuente. A triste canção do sul : subsidios para a historia do fado (1904), Author: Pimentel, Alberto, 1849-1925, Subject: Songs, Portuguese; Ballads, Portuguese, Publisher: Lisboa : Gomes de Carvalho, Year: 1904, Language: Portuguese

4 comentarios:

  1. 56 Empreza da Historia de Portugal

    Indicaremos agora os principaes fadistas da rua do Capellão do tempo da Severa, isto é, os que repartiam a vida entre o fadário das baiucas, a intimidade tépida das mancebias com as marafonas e a residência temporária na cadeia ou no chelindrò. ……….O Justiniano, torneiro de metal, era um homem grosso, muito atrevido, um espirra-canivetes, e andava sempre de cacete em punho. Caceteava que era uma belleza e repontava como um refilâo. O Manuel Saragoça, que esteve em Africa, era um faquista de primeira plana. Morreu em 1847 ou 1848 com quarenta e cinco annos de edade. O José Nabo, serralheiro, era um latagão, um fadista de navalha e cacete, um roncador com farofla. O Raphael Serralhàro e o Joaquim Nunes eram más rezes, dois patiloes de se lhes tirar o chapéo. O Grillo, criado do fusileiro Cidade, formava hombro a hombro dos mais possantes. O Perico, hespanhol do tempo da Severa, foi morto ás Portas de Santo Antão n'um domingo, em que montado n'um burro, voltava da feira do Campo- Grande 1 .

    FUENTE: Historia do fado, Author: Pinto de Carvalho, Publisher: Empreza da historia de Portugal, 1903, Possible copyright status: NOT_IN_COPYRIGHT, Language: Portuguese

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  2. Historia do Fado 37

    No Rio de Janeiro havia também o Bocca queimada, um negro que trajava sobrecasaca preta e chapéo alto, e exercitava o duplo emprego de chefe de malta ou quadrilha de capoeiras e de capanga de eleições ou galopim
    eleitoral, fen passe et des meilleurs. . .

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  3. (32-33) fadista — minado de taras, avariado pelas bebidas fortes e pelas moléstias secretas, com o estômago dyspeptico, o sangue descraseado e os ossos esponjados pelo mercúrio — é um producto heteromorpho de todos os vícios, atlinge a perfeição ideal do ignóbil Tem sempre um raciocínio imperioso, um argumento pouco friável, uma dialéctica aggressiva e resoluta, que não presta flanco ao assalto das objecções
    — a navalha. Como os maitres en fait (Tarme$ do seculo xvn falavam de papo em esgrimiduras de espada, também elle fala de cadeira no tocante á esgrima da navalha, que mavja com virtuosidade, pinchando bailheiro, pulando com gymnasticas felinas de tigre, fa-endo escovinhas, riscando a preceito .
    1 Também os voyoua parisienses teem uma arte de defesa — a savate. Foi em 1 £30 que os casquettes àtroisponts inventaram esta moda de combate para derrimir seus pleitos, liquidar suas contendas O primeiro professor d'este jogo foi Michel Pieseux, o Sórdido* que o ensinava «'uma casa íôbrega de La Court Jle, muitas vezes descripta pelos escriptores contemporâneos, entre elles Alexandre Dumas e B lzac. Fisseux cantou no numero dos seus disci pulos dois luminares dà alta elegância : o duque de Qrleans e Lord Seymour, o chefe da bacchanal parisiense. Na savate do tempo, a guarda era sempre muito baixa, as
    pernas ficavam afastadas e as mãos estendidas para a frente. Um golpe capital, It coup de musette, consistia em levantar o nariz do adversário com a palma da mão aberta.

    O jogo do box the art of self- defense, como lhe chamam os inglezes — , tem uma origem mais antiga. Basta dizer que o primeiro código regulador d'este sport foi estabelecido por Jack Broughton no século xvin. ………………….


    FUENTE: Historia do fado

    Author: Pinto de Carvalho
    Publisher: Empreza da historia de Portugal, 1903
    Possible copyright status: NOT_IN_COPYRIGHT
    Language: Portuguese

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  4. (pag 166)
    «Oh gloria de mandar' Oh vã cobiça
    D'esta vaidade, a quem chamamos fama!
    Oh fraudulento gosto, que se atiça
    Com uma cousa á qual chelpa se chama!
    Oh sucia, fadistagem mór de Adiça,
    (Fóco de roubos, gatas, em Alfama)
    Que vontade que tenho, almas saroentas,
    De partir a vocês todos as ventas!
    Fuente: Os Lusiadas do século XIX: poema heroi-comico (parodia) ,Francisco Augusto de Almeida, Sociedade Typographica Franco-Portugueza, 1865

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