miércoles, 19 de enero de 2011

typo — fadista

(PAG 46- 47 - 48) A evidencia do typo — fadista,— de que Lisboa é al- fobre copioso, tem-se imposto, repetimos, á observação dos bellos-espiritos da litteratura moderna, alguns dos qoaes, e dos mais brilhantes, o retrataram cora uma fidelidade flagrante, como vamos ver.

Ramalho Ortigão, nas Farpas, lança orna affirmação demasiado absoluta quando diz: «Em cidade alguma da Europa existe uma palavra de significação análoga a esta— o fadista.*
E' claro que o typo humano não apresenta o mesmo aspecto em todas as raças e nações. clima e a civilisação modificam-n'o, alteram-n'o. Mas ha um fundo cosmopolita, de equivalência social, que supprime
as distancias e as fronteiras.
Assim, pelo que respeita á escoria da sociedade, exisie em Hespanha o chulo, e em França o souteneur, que correspondem ao nosso rufião. Todos elles vivem á casta de mulheres perdidas, cantando e bebendo nas tabernas e nos bordeis, como os fadistas portuguezes.
Em Roma ba os camorrisit, gente de «mala vita», que dão uma facada por gosto, e vivem na devassidão, como os bailhões e faias da fadistagem de Lisboa. Em Nápoles o lazarone, representando a ultima classe do poro, ó nm inútil perigoso como o nosso fadista. Fora da Europa, no Brazil, existe o capoeira.
Em toda a parte a sociedade tem a sua borra immunda, e uma palavra, ou mais de uma palavra, para definita…………………..Elle sente isso e é traiçoeiro pelo instincto de inferioridade. Não ataca de frente como o espadachim ou o pugilista, investe obliquamente, tergiversando, fugindo com o corpo, fazendo fintas com uma agilidade proveniente do seu único exercício muscular — as escovinhas. Não ha senão uma defeza para o modo como elle aggride: o tiro ou a bengala, quando esta seja manejada por um jogador es trema mente destro. A guitarra debaixo do braço substituo n'elle a espada á cinta, por meio da qual se acamaradavameoma nobreza os pimpões seus ascendentes do século XVII.
Fuente. A triste canção do sul : subsidios para a historia do fado (1904), Author: Pimentel, Alberto, 1849-1925, Subject: Songs, Portuguese; Ballads, Portuguese, Publisher: Lisboa : Gomes de Carvalho, Year: 1904
Language: Portuguese

2 comentarios:

  1. 1) O primo não me perdoa a sinceridade que eu tive, e será de hoje em diante meu inimigo.
    — Pelo contrario... —tornou elle com mal rebuçada ironia — muito pelo contrario... Eu lhe provarei que sou seu amigo, se alguma voz a vir casada com algum miserável indigno de si.
    —Casada ! . . . — interrompeu ella ; mas Ballhazar cortou-lhe logo a réplica d'este mjdo:
    — Casada com algum famoso ébrio ou jogador de pau, valentão de aguadeiros, distincto cavalheiro, que passa os annos lectivos encarcerado nas cadêas de Coimbra. ,.

    FUENTE:
    Amor de perdição; memorias d'uma familia. 32. ed. Com estudos críticos de Manoel Pinheiro Chagas, Ramalho Ortigão e Theophilo Braga e illustrado com 6 simile-gravuras, o retrato do auctor, fac-simile do frontespicio original e um autographo inedito (1800)

    Author: Castelo Branco, Camilo, 1825-1890; Chagas, Manuel Pinheiro, 1842-1895; Ortigão, Ramalho, 1836-1915; Braga, Teófilo, 1843-1924
    Publisher: Porto Companhia Portuguesa
    Possible copyright status: NOT_IN_COPYRIGHT
    Language: Portuguese
    Call number: ABD-2975
    Digitizing sponsor: University of Toronto
    Book contributor: Robarts - University of Toronto
    Collection: robarts; toronto
    Scanfactors: 11

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  2. (pag 92) Pinto d'Almeida, F.—Algums temas filológicos.—Coimbra, Franga & Armenio, 191 4, 4.°, 48 págs.= Este folleto, fruto de la actividad de un joven estudiante, contiene observaciones de carácter elemental sobre diversos textos portugueses. Sin duda, lo más interesante de todo ello son las «migalhas lexicográficas», donde se recogen «vocabulos do «cálao» usado entre a gatunagem e fadistagem da Alfama e Mouraria», y otros usados en Douro, Beira Alta y Miño. Falta una localización precisa de estas voces y un estudio de ellas. Algunas son manifiestos castellanismos, o se explicarían comparándolos con los correspondientes castellanos.
    FUENTE: Revista de filología española
    Author: Centro de Estudios Históricos (Spain); Instituto Antonio de Nebrija;Instituto "Miguel de Cervantes" Volume: 03, Publisher: Madrid

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